quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Uma luz no Beco do Bom Pastor


Hoje recebi uma ligação de uma amiga, chamada Mônica. Ela queria saber se estaríamos realizando alguma ação social com crianças, haja vista hoje ser o dia delas, ao que respondi que já havíamos feito no último sábado lá no CECON com as crianças da evangelização. Então ela disse:
- Sabe o que é Jaime? Eu queria ajudar. Doar alguns presentes!
Então pensei um pouco e lembrei-me de uma família carente que mora próximo de nossas residências, alí no Beco do Bom Pastor.
- Mônica, há uma Família, vizinha de Aparecida (nossa  companheira de trabalho edificante), que tem algumas crianças, pelo menos umas seis! Vou falar com ela pra ver sexo e idade e te falo.
- Ótimo, vou aguardar teu retorno.
Assim nos despedimos e eu fui cuidar dos meus afazeres domésticos, depois fui à gráfica retirar os convites para a 2ª Semana Espírita de Juruti e em seguida, ao encontro de Aparecida. Como ela ficou em dúvida quanto ao número de crianças, por que alguns alternam entre o interior e a cidade, resolvi ir até a casinha deles verificar in loco.
Ao chegar, já fui recebido por 3 crianças. Chamei a avó, que cuida deles e perguntei nomes e idades, separando em duas listinhas de meninos e meninas. Eram oito crianças, entre 01 e 06 anos, netos de duas filhas diferentes.
Então fui ao encontro de Mônica para entregar a listinha a fim de que ela providenciasse os presentinhos. Quando tive a grata surpresa de conhecer sua mãe que havia vindo de Caicó-RN em visita à sua casa. Então começamos a comparar os climas das regiões Norte e Nordeste. Entre calores e ventos litorâneos, conversamos sobre pobreza e miséria. Ela então me contou sobre um trabalho assistencial realizado por ela, de visita a um presídio lá em sua terra natal. E disse-me algo que calou fundo em minha alma:
- Eles podem perder a liberdade, mas não devem perder a dignidade. Temos que ajuda-los, diminuindo seus sofrimentos.
Refleti bastante sobre isso e percebi que esse pensamento se aplica a qualquer situação que coloque o ser humano, o indivíduo, em uma condição sub-humana. A condição humana digna é um direito universal. Mas não é só obrigação dos governos ou da ONU. É obrigação moral e cristã de qualquer um que entre em contato com esse desvio social.
Despedi-me de Monica, de sua mãe e de seu namorado Rhaymá.
No final da tarde o telefone toca, era 16:00h. O display do celular indicava: Mônica. Devia estar tudo pronto! Atendi e combinamos de levar os presentes comprados por ela para as crianças. Encontramo-nos, eu, ela e Rhaymá e fomos em direção do nosso destino.
Ao chegarmos, bati no portão de madeira, uma das crianças que estava na casa ao lado veio correndo como um raio. Outras duas que estavam lá atrás vieram correndo abrir o portão. Elas sabiam que eu iria voltar e estavam na expectativa desse retorno.
Entramos e todas as crianças, acompanhadas das mães e da avó, se reuniram no puxadinho lateral da casa simples de madeira, sobre palafitas de uns 80cm. Fiz as apresentações, conversamos um pouco sobreas crianças e o casal amigo começou a distribuição dos presentes.
Essa casa é uma das residências às quais distribuímos sopão aos sábados, então perguntei, como sempre faço:
- Quem come todas as verduras da sopa?
Apenas duas responderam:
- Eeeeeu!!!
Então fiz o alerta:
- Tem que comer todas as verduras e legumes da sopa pra ficar forte!!!
Tentei brincar com a mais bebezinha de 1 ano, Vanessa, mas ela não quis e começou a chorar agarrando-se na avó. Então fui ensinar Janisson (que eu chamo de Mike Tyson por causa do rosto sisudo) de 2 anos a brincar com o caminhão que ganhou. Enquanto isso, Mônica se desdobrava em atenções com as outras crianças. Ficamos mais uns dez minutinhos vendo as crianças brincarem com os presentes que ganharam.
Ao final da visita, convidei todas as crianças a dar um abraço de agradecimento pelos presentes em “Tia Mônica”. Apesar de estarem um pouco sujas, por causa da terra preta do lugar, Mônica recebeu os abraços carinhosamente e, sem pudor nem reservas, ainda buscou abraços dos demais que não vieram até ela.
Nesta tarde, busquei ver os rostinhos das crianças iluminados pelo sorriso de alegria, mas o maior presente quem ganhou fui eu, ao ver a emoção da própria Mônica. Por que ao tentar fazer as crianças felizes, ela se tornou feliz e seu rosto se iluminou. E ela se sentiu bem. Por que fazer o bem faz bem!
Por Jaime Albuquerque

Juruti, 12 de outubro de 2016.

domingo, 11 de setembro de 2016

Um Raio de Sol brilhou mais forte


Neste fim de semana estive em Monte Alegre-Oeste do Pará- com a finalidade de repassar para os novos amigos de lá informações sobre como ocorre a criação de um centro espírita na dimensão espiritual.
No mesmo período, porém em outro horário, aconteceu o bosqueamento e limpeza do terreno onde será erigida a sede própria do Centro Espírita Raio de Sol. Foi uma verdadeira reunião fraterna a união da equipe que se deslocou de Santarém com os irmãos da própria cidade.
Era evidente a alegria e a receptividade em nos receber e acolher. O engajamento foi tamanho que o serviço no terreno foi finalizado em tempo recorde!
Então, no mesmo local, fizemos a leitura de uma mensagem de Emmanuel e vibramos com toda fé, na certeza de que a construção espiritual já se encontra edificada no local e cheios de esperança de que o prédio material seguirá o mesmo destino.  Com a força do amor pelos nossos semelhantes, o grupo de Monte Alegre concretará as bases da nova sede e com a união dos integrantes, olhando para o mesmo horizonte, alimentará a proteção contra invasivas opositoras à obra do Divino Construtor.
      Iniciamos o Seminário na noite do sábado e, ao final, já à hora avançada, após eu agradecer a oportunidade que me foi concedida, ouvi da irmã Layre a seguinte assertiva:
- Eu é que agradeço por você nos despertar a sêde do conhecimento.
      Mas, em verdade, a vontade já estava lá. Eu apenas coloquei um pouco de sal.
      Então o irmão Paulo me pediu:
- Você poderia indicar uma relação de livros, além dos livros básicos, para complementar meu conhecimento?
Ao que eu respondi:
- Além do Pentateuco Espírita, as obras complementares são a série No mundo Espiritual de André Luiz, mais três livros de mensagens de sua autoria; A série Fonte Viva com livros de mensagens de Emmanuel, bem como os romances históricos de sua autoria.
Ainda assim, me comprometi em enviara relação de livros iluminativos.
Foi emocionante perceber o entusiasmo dos irmãos que carregam com fervor o Raio de Sol nas próprias mãos. O sentimento de responsabilidade e propriedade de cada um; O engajamento, como já havia aludido, repetido na obstinação de fazer acontecer; A sêde do saber e do conhecer mais, para poder acolher melhor no futuro;  Numa palavra, foi maravilhoso.
A noite foi graciosa e reconfortante. Fiquei com um agradável bem-estar!
Em fim, é inspirador ver um grupo de pessoas, onde alguns passam por problemas pessoais e familiares, mas que seguem firmes no propósito de fazer brilhar o Raio de Sol nas consciências mais obscuras e nos recantos mais esquecidos da sociedade.
A Espiritualidade Laboriosa conta com vocês!
E parafraseando nosso irmão Bezerra: Cristo espera por nós!
Um abraço fraterno.

Por Jaime Albuquerque.

Juruti, 07 de setembro de 2016. 

domingo, 28 de agosto de 2016

Um domingo diferente


Último domingo do mês é dia de entrega de cestas básicas no CECON-Centro Espírita O Consolador de Juruti.

Famílias cadastradas recebem cestas mensalmente. Para as cestas excedentes, fruto de doações de amigos e simpatizantes da causa, realizamos uma entrevista de triagem no próprio CECON, depois encaminhamos alguns candidatos para seus lares e nos dirigimos em seguida a eles a fim de realizar entrevista complementar in loco.

Hoje, infelizmente, tivemos que dispensar três pessoas por falta de cestas suficientes. 

Na entrevista de triagem, uma menina de 3 anos no colo da mãe, chorava um choro daqueles que respira soluçando e deságua num choro sentido. Então perguntei:

- Por que ela tá chorando?

- É que ela não come de manhã, e agora tá chorando. Respondeu a mãe com ar de preocupação no rosto, tentando dar água à criança, que rejeitava o copo.

Era fome!... 

Na atividade de campo, como em outros dias, encontramos casas paupérrimas, de dois ambientes, onde o casal dorme no mesmo ambiente que os filhos (o que é desaconselhado pela psicologia infantil); cozinhas de enfeite, aonde só se vão pra tomar água, porque não dispõe de alimentos. Raras vezes encontramos apenas peixes. 

Em certo endereço, entre a antena da TIM e o Estádio Pimpão, entre a tecnologia e a diversão, nos deparamos com uma casa de chão batido e a falta de brinquedos. Entre contrastes, encontramos nove filhos que vão dos 14 anos até à caçulinha de 2 anos, magrinha, estava dormindo numa cama de casal entre mil redes num só vão.

Nessa casa não há quartos e o banheiro é lá fora. Não há privacidade.

Nesse lar não há posse, nem de rede, nem de cama. Tudo é compartilhado.

Não há louça, nem pratinhos infantis, nem copos com desenhos de bichinhos. Apenas panelas amassadas.

Não há refeições regulares... 

Cida, companheira no trabalho de assistência, que me acompanhava na visita, perguntou à nossa visitada:

- O que vão almoçar hoje?

E a resposta, já conhecida nossa por ouvi-la de outras bocas vazias, é sempre a mesma:

- Hoje não temos nada ainda!

As outras crianças brincam no terreiro com paus e rodas soltas, quiçá, pra despistar a fome. 

Pra quem sente fome, todos os dias são iguais. Não nos compete questionar porque não vão à luta, porque muitas das vezes a luta é desigual. 

E no final, sempre deixamos uma cesta básica simples de dez quilos. E vemos a curiosidade das crianças de saber o que tem nela e sorrisos despontarem dos seus rostos. 

Deixamos o alimento material, que certamente vai acabar antes de dez dias, mas também deixamos gotas de esperança, que de gota em gota, vão alimentar a espera da próxima alegria.

Certamente esse domingo foi um dia diferente para eles! 

Para nós outros foi transformador. E nós sairemos dele melhor do que entramos! 

Por Jaime Albuquerque
Juruti, 28 de agosto de 2016.

domingo, 7 de agosto de 2016

Sobre meninos e panelas - Parte II


Sobre meninos e panelas–Parte II

... E ao chegarmos na penúltima rua do bairro simples da  P1em Juruti, ainda  a uma certa distância do ponto de distribuição da sopa fraterna, que fica no final da rua, já ouvimos o anúncio de um garoto:
- O carro da sooopaaaa!!!!!
Já acho graça, pois o anúncio tem um misto de alegria e aviso aos demais que estão jogando bola num terreno desocupado ou estão dentro das casas simples de madeira.
Um grupo de meninos e suas panelas já estão a postos no ponto de distribuição. Quando descemos, a fila, rapidamente, já está formada na traseira do “carro da sopa”. Mas não estão todos ainda!
Antes de iniciarmos a distribuição, pergunto:
- Quem gosta de sopa?
-Eeeeeeu! Grita o coro das crianças que estão na fila. E a recomendação se repete:
- Mas tem que comer todas as verduras, certo?
Um pequenino de uns 3 ou 4 anos pergunta ansioso:
- A sopa é de que?
- De galinha.
E ele faz uma carinha de que gosta de sopa de galinha.
A distribuição segue com Brandão e Aparecida dispondo a sopa nas panelas.
- Quantos são na sua casa?
- Nove.
- E na sua?
Um menorzinho pára, pensa um pouco olhando pra cima e responde:
- Dez.
Outro:
- Sete.
Enquanto isso, uns meninos descem a rua levando a sopa, dobram à esquerda, em direção a última rua da P1, no limite da área de preservação ambiental do Jará. Logo surgem outros meninos e meninas vindos do mesmo lugar, correndo, subindo a rua em que estamos, de panelas na mão. Foram avisados pelos que já haviam recebido a tão esperada sopa. A solidariedade é comum entre os que sabem seu valor!
Em seguida, a distribuição tem uma pausa, enquanto esperamos os retardatários. Enquanto isso, converso com dois irmãos que já receberam sopa e estão no portão de sua casa.
- Como é teu nome? Pergunto ao maior e ele responde:
- Marcos.
Meio acanhado, meio desconfiado. Talvez por que não seja comum receber atenção dos adultos. Pergunto então ao menor:
- E o teu?
-Mateus. Responde rápido como um raio.
- Hum, vocês tem nome de santo! Eles sorriem olhando pro chão.
O maior tenta mostrar habilidade com um tico-tico e cai. O menor ri bastante.
- Vocês tem mais irmãos? Como é o nome deles?
Marcos fala mais três nomes que não consigo grava-los.  Pergunto ainda pela idade dos dois e descubro que tem 7 e 4 anos. Enquanto a tarefa finaliza, fico pensando no tamanho daquelas crianças, provavelmente abaixo do peso, que alguns pais, na vida simples e sofrida da pobreza, escolhem para seus nomes o dos apóstolos do cristo na esperança que tenham um futuro conforme prometido por Jesus.
Então, novamente me vem à lembrança aquela belíssima história contada a mim pelo confrade Arimatéia, de Santarém, na qual um Espírito sublime, e por isso mesmo anônimo, orienta por um emissário, um grupo de certo Centro Espírita que estava na iminência de cancelar o trabalho da sopa (por dificuldades na arrecadação dos mantimentos),  a  superar as dificuldades e manter a tarefa. E o Espírito revela docemente por que: Para muitas daquelas pessoas que recebiam a sopa, aquele prato era a refeição mais completa e importante da semana.
A noite cai. E, de coração firme no propósito, seguimos para a última parada na Rua da Saudade: a casa de Kelly...

Por Jaime Albuquerque

Juruti, 06 de agosto de 2016

domingo, 24 de julho de 2016

Sobre meninos e panelas


Hoje conheci dois meninos na primeira paralela da PA 257, no bairro da P1 em Juruti, quando levava sopa fraterna para um cidadão enfermo, em sua casa.

Quando olhei de lado lá estavam eles no lado oposto da rua olhando pra mim. Então me dirigi a eles:
-Oi, como é seu nome? Perguntei a um deles, e ele me respondeu:
- Daniel.
Perguntei ao segundo e ele também respondeu:
- Grabiel.
- Ah, Gabriel
Enquanto meu companheiro de tarefa dispunha a sopa na panela para o enfermo, Daniel falou:
- Hum, que cheiro! É sopa?
- Sim, é sopa. 
Logo Gabriel sapecou:
- Ele chora muito. Se referindo a Daniel.
Então perguntei:
- Vocês são irmãos? Ao que afirmaram com a cabeça. 
Perguntei a idade deles, mas não souberam informar, nem com gestos, nem falando. Mas pela conversa, deduzi que teriam em torno de 5 anos. Como os dois tinham o mesmo tamanho, não soube distinguir qual dos dois era o mais velho. Aí me dirigi à vizinha que recebia sopa para o marido e, intuitivamente, perguntei se eram gêmeos, ao que ela confirmou e informou que todas as gestações da mãe deles foram de gêmeos. Ela os havia abandonado com a avó e os tios deles e voltado para o interior.
Embora eles não parecessem um com outro, eram gêmeos! Seus tamanhos eram de crianças de 3 anos.
Perguntei finalmente:
- Querem sopa? 
Daniel afirmou com a cabeça que sim. Eu disse pra pegar uma panela em casa e ao se dirigir pra sua casa, lembrou que estava trancada por dentro pelo tio e voltou em minha direção. Ele tentou explicar o porquê, mas não entendi direito. A vizinha se propôs a emprestar uma panela. Problema resolvido!
A essa altura Gabriel afastou-se um pouco e sentou-se num banco de madeira defronte à sua casinha. A vizinha interveio novamente e completou que Gabriel era doentinho e foi buscar a outra panela. Então sentei no banco ao lado dele, passei a mão na sua cabeça, lembrei de Pedrinho, meu filho, e puxei conversa...
Quando a vizinha voltou com a panela, o companheiro de tarefa serviu novamente sopa e recomendei a Daniel e a Gabriel:
- Não esqueçam, ao tomar a sopa, tem que comer todas as verduras pra ficarem fortes!!!
Naquele fim de tarde, o sol brilhou ao invés de se por, iluminando sorrisos.
E, como de costume, seguimos de carro rumo à última rua do bairro simples, onde encontraríamos outros meninos e suas panelas...

Por Jaime Albuquerque.
Juruti, 23 de julho de 2016.

sexta-feira, 20 de maio de 2016

SEMEADURA


Semeadura

Os conflitos nos exasperam e nos conduzem cada vez mais para o interior da gruta escura, onde fica cada vez difícil ver a face do nosso irmão!

O Mestre Amigo sempre caminhou sob o sol e sobre as pedras dos caminhos de chão sem se lamentar, mas sempre procurou o terreno fértil para semear as sementes do amor e do perdão.

Que seja o nosso caminhar, como o do homem que ao passar por um longo, estreito e tortuoso caminho, deixou cair sementes que vinha transportando em sua bagagem, por causa das dificuldades encontradas na picada. O tempo passou. O vento soprou. A natureza agiu. E os pássaros colaboraram com a justiça divina.

Passado algum tempo, o homem resolve retornar ao seu lugar de origem e tamanha foi a sua surpresa: não havia mais caminho por onde voltar! Tudo havia se transformado num imenso, belo e aromático jardim.

Então não restou alternativa, senão a de colher flores, formar um bouquet e ofertá-lo à vida, responsável pela semeadura e pela colheita proporcionada a ele.

E desta colheita foi aberta uma nova picada.

Agora, por entre as flores.

Um Espírito Amigo.

Psicografia de Jaime Albuquerque

terça-feira, 10 de maio de 2016

Triângulo de Forças Espirituais Cap 8


CIÊNCIA - Física


P15 –Existem Espíritos especialmente encarregados da execução das leis físicas no planeta terrestre?

R -Essa verdade é incontestável, e o homem poderá examinar e estudar constantemente, auferindo o melhor proveito na sua rotina de esforços perseverantes; porém, todas as definições do materialismo serão inúteis em face da realidade irrefutável dos fatores transcendentais, em todos os grandes fenômenos físicos da Natureza.

P16 –As novas revelações científicas positivadas pelos professores Thomson, Rutherford, Ramsay e Soddy, entre outros, no campo da Física, sobre os átomos e os elétrons, são possíveis de fornecer o exato conhecimento de todas as etapas da evolução anímica?

R -A ciência, propriamente humana, poderá estabelecer bases convencionais, mas não a sabe legítima, em sua origem divina, porquanto os átomos e os elétrons são fases de caracterização da matéria, sem constituírem o princípio nessa escala sem-fim, que se verifica, igualmente, para o plano dos infinitamente pequenos.

P17 –Como são considerados, no plano espiritual os conhecimentos atuais da Física na Terra?

R -As noções modernas da Física aproximam-se, cada vez mais, do conhecimento das leis universais, em cujo ápice repousa a diretriz divina que governa todos os mundos. Os sistemas antigos envelheceram. As concepções de ontem deram lugar a novas deduções. Estudos recentes da matéria vos fazem conhecer que os seus elementos se dissociam pela análise, que o átomo não é indivisível, que toda expressão material pode ser convertida em força e que toda energia volta ao reservatório do éter universal. Com o tempo, as fórmulas acadêmicas se renovarão em outros conceitos da realidade transcendente, e os físicos da Terra não poderão dispensar Deus nas suas ilações, reintegrando a Natureza na sua posição de campo passivo, onde a inteligência divina se manifesta.


FILOSOFIA - Experiência

P131 –Como adquire experiência o Espírito encarnado?

R -A luta e o trabalho são tão imprescindíveis ao aperfeiçoamento do espírito, como o pão material é indispensável à manutenção do corpo físico. É trabalhando e lutando, sofrendo e aprendendo, que a alma adquire as experiências necessárias na sua marcha para a perfeição.

P132 –Há o determinismo e o livre-arbítrio, ao mesmo tempo, na existência humana?

R -Determinismo e livre-arbítrio coexistem na vida, entrosando-se na estrada dos destinos, para a elevação e redenção dos homens. 
O primeiro é absoluto nas mais baixas camadas evolutivas e o segundo amplia-se com os valores da educação e da experiência. Acresce observar que sobre ambos pairam as determinações divinas, baseadas na lei do amor, sagrada e única, da qual a profecia foi sempre o mais eloqüente testemunho. Não verificais, atualmente, as realizações previstas pelos emissários do Senhor há dois e quatro milênios, no divino simbolismo das Escrituras?
Estabelecida a verdade de que o homem é livre na pauta de sua educação e de seus méritos, na lei das provas, cumpre-nos reconhecer que o próprio homem, à medida que se torna responsável, organiza o determinismo da sua existência, agravando-o ou amenizando-lhe os rigores, até poder elevar-se definitivamente aos planos superiores do Universo.

P133 –Havendo o determinismo e o livre-arbítrio, ao mesmo tempo, na vida humana, como compreender a palavra dos guias espirituais quando afirmam não lhes ser possível influenciar a nossa liberdade?

R -Não devemos esquecer que falamos de expressão corpórea, em se tratando do determinismo natural, que prepondera sobre os destinos humanos.
A subordinação da criatura, em suas expressões do mundo físico, é lógica e natural nas leis das compensações, dentro das provas necessárias, mas, no íntimo, zona de pura influenciação espiritual, o homem é livre na escola do seu futuro caminho. Seus amigos do invisível localizam aí o santuário da sua independência sagrada.
Em todas as situações, o homem educado pode reconhecer onde falam as circunstâncias da vontade de Deus, em seu benefício, e onde falam as que se
formam pela força da sua vaidade pessoal ou do seu egoísmo. Como ele, portanto, estará sempre o mérito da escolha, nesse particular.


RELIGIÃO - Profetas


275 –Os cinco livros maiores da Bíblia encerram símbolos especiais para a educação religiosa do homem?

R -Todos os documentos religiosos da Bíblia se identificam entre si, no todo, desde a primeira revelação com Moisés, de modo a despertar no homem as verdadeiras noções do seu dever para com os semelhantes e para com Deus.

P276 –A previsão e a predição, nos livros sagrados, dão a entender que os profetas eram diretamente inspirados pelo Cristo?

R -Nos textos sagrados das fontes divinas do Cristianismo, as previsões e predições se efetuaram sob a ação direta do Senhor, pois só Ele poderia conhecer bastante os corações, as fraquezas e as necessidades dos seus rebeldes tutelados, para sondar com precisão as estradas do futuro, sob a misericórdia e a sabedoria de Deus.

P277 –Os Espíritos elevados, como os profetas antigos, devem ser considerados como anjos ou como Espíritos eleitos?

R -Como missionário do Senhor, junto à esfera de atividade propriamente material, os profetas antigos eram também dos “chamados” à iluminação sementeira.
Para a nossa compreensão, a palavra “anjo”, neste passo, deve designar somente as entidades que já se elevaram ao plano superior; plenamente redimidas, onde são “escolhidos” na tarefa sagrado d’Aquele cujas palavras não passarão. O Eleito, porém, é aquele que se elevou para Deus em linha reta, sem as quedas que nos são comuns, sendo justo afirmar que o orbe terrestre só viu um eleito, que é Jesus-Cristo.
A compreensão do homem, todavia, em se tratando de angelitude, generalizou a definição, estendendo-a a todas as almas virtuosas e boas, nos bastidores da sua literatura, o que justifica, entendendo-se que a palavra “anjo” significa “mensageiro”.

Do livro O Consolador - Pelo Espírito Emmanuel - Psicografia de Chico Xavier

terça-feira, 19 de abril de 2016

Triângulo de forças espirituais Cap 7


CIÊNCIA - Química

P13 –As forças espirituais organizaram igualmente a atmosfera do mundo?

R -Isso é indubitável. A inteligência com que foram dispostos os elementos do cenário, para o desenvolvimento da vida no planeta, vo-lo comprova.
A algumas dezenas de quilômetros foram colocados os revestimentos do ozônio, destinados a filtrar os raios solares; dosando-lhes a natureza para a proteção da vida.
Da atmosfera recebe a maior porcentagem de nutrição para o entretenimento das células.
E como o nosso escopo não é o de citações eruditas, nem o de redizer os preceitos científicos do mundo, lembremos que um homem, na manutenção da sua vida orgânica, necessita de regular quantidade de oxigênio, quinze gramas de azoto (alimentar) e quinhentos gramas de carbono (alimentar). O oxigênio é uma dádiva de Deus para todas as criaturas ; quanto ao azoto e ao carbono, é pela obtenção que o homem luta afanosamente na Terra, recordando-nos a exortação dos textos sagrados ao espírito que faliu – “comerás o pão com o suor do teu rosto”.
O problema básico da nutrição, nessa conta de química, é uma reafirmação da generosidade paterna do Criador e do estado expiatório em que se encontram as almas reencarnadas neste mundo.

P14 –Como compreender a afirmativa dos astrônomos relativamente à morte térmica do planeta?

R -É certo que todo organismo material se transformará, um dia, revestindo novas formas. As energias do Sol, como as forças telúricas do orbe terrestre, serão esgotadas aqui, para surgirem noutra parte. Alguns astrônomos calculam a morte térmica do planeta para daqui a um milhão de anos, aproximadamente.
Já se disse, porém, que a vida é eterno presente. E o nosso primeiro dever não é o de contar o tempo, demarcando, em bases inseguras, a duração das obras conhecidamente sagrada para as edificações definitivas do nosso espírito, as quais são inacessíveis a todas as transformações da matéria, em face do Infinito.

FILOSOFIA - Aprendizado

P129 –É um erro alimentar-se o homem com a carne dos irracionais?

R -A ingestão das vísceras dos animais é um erro de enormes conseqüências, do qual derivaram numerosos vícios da nutrição humana. É de lastimar semelhante situação, mesmo porque, se o estado de materialidade da criatura exige a cooperação de determinadas vitaminas, esses valores nutritivos podem ser encontrados nos produtos de origem vegetal, sem a necessidade absoluta dos matadouros e frigoríficos.
Temos de considerar, porém, a máquina econômica do interesse e da harmonia coletiva, na qual tantos operários fabricam o seu pão cotidiano. Suas peças não podem ser destruídas de um dia para o outro, sem perigos graves. Consolemo-nos com a visão do porvir, sendo justo trabalharmos, dedicadamente, pelo advento dos tempos novos em que os homens terrestres poderão dispensar da alimentação os despojos sangrentos de seus irmãos inferiores.

P130 –Operários do aprendizado terrestre, como devemos encarar o texto sagrado do “lembra-te do dia de sábado para santifica-lo”, quando as obrigações de serviço proporcionam para isso os domingos?

R -O descanso dominical deve ser sagrado pelo homem, não por se tratar de um domingo, mas em virtude da necessidade de se estabelecer uma pausa semanal aos movimentos da vida física, para o recolhimento espiritual da alma em si mesma, no caminho das atividades terrestres. O repouso dominical substitui perfeitamente o sábado antigo, salientando-se que a rigidez da sua observância foi instituída pelos legisladores hebreus, em virtude da ambição e da prepotência dos senhores de escravos, numerosos na época, e que, somente desse modo, atendiam à medida de humanidade, concedendo uma trégua ao esforço exaustivo que costumava aniquilar a existência de servos fracos e indefesos.
O descanso semanal deve ser sempre consagrado pelo homem às expressões de espiritualidade da sua vida, sem se dar, porém, a qualquer excesso no domínio da letra, nesse particular, porque, após a palavra de Moisés, devemos ouvir a lição do Senhor, esclarecendo que “o sábado foi feito para o homem e
não o homem par ao sábado”.

RELIGIÃO - Revelação

P272 –Qual a significação da lei de talião “olho por olho, dente por dente”, em face da necessidade da redenção de todos os espíritos pelas reencarnações sucessivas?

R -A lei de talião prevalece para todos os espíritos que não edificaram ainda o santuário do amor nos corações, e que representam a quase totalidade dos seres humanos.
Presos, ainda, aos milênios do pretérito, não cogitaram de aceitar e aplicar o Evangelho a si próprios, permanecendo encarcerados em círculos viciosos de dolorosas reencarnações expiatórias e purificadoras.
Moisés proclamou a Lei antiga; muitos séculos antes do Senhor. Como já dito, o profeta hebraico apresentava a Revelação com a face divina da Justiça; mas, com Jesus, o homem do mundo recebeu o código perfeito do Amor. Se Moisés ensinava o “olho por olho, dente por dente”, Jesus-Cristo esclarecia que o “amor cobre a multidão dos pecados”.
Daí a verdade de que as criaturas humanas se redimirão pelo amor e se elevarão a Deus por ele, anulando com o bem; todas as forças que lhes possam encarcerar o coração nos sofrimentos do mundo.

P273 –Qual é verdadeiramente o segundo mandamento? – “Não farás imagens esculpidas das coisas que estão nos céus”, etc., segundo alguns textos, ou “Não tomar o seu santo nome em vão”, conforme o ensinamento da igreja católica de Roma?

R -A segunda fórmula foi uma tentativa de subversão dos textos primitivos, levada a efeito pela Igreja Romana, a fim de que o seu sacerdócio encontrasse campo livre para desenvolvimento das heranças do paganismo, no que se refere às pomposas demonstrações do culto externo.

P274 –Qual a intenção de Moisés no Deuteronômio, recomendando “que ninguém interrogasse os mortos para saber a verdade?”.

R -Antes de tudo, faz-se preciso considerar que a afirmativa tem sido objeto injusto de largas discussões por parte dos adversários da nova revelação que o Espiritismo trouxe aos homens, na sua feição de Consolador.
As expressões sectárias, todavia, devem considerar que a época de Moisés não comportava as indagações do Invisível, porquanto o comércio com os desencarnados se faria com um material humano excessivamente grosseiro e inferior.

Do livro O Consolador - Pelo Espírito Emmanuel - Psicografia de Chico Xavier

terça-feira, 5 de abril de 2016

Triângulo de forças espirituais Cap 6

CIÊNCIA - FILOSOFIA - RELIGIÃO

CIÊNCIA - Química

P11 –Como deveremos compreender a assertiva dos químicos “nada se cria, nada se perde”?

R -Em verdade, o espírito humano não cria a vida, atributo de Deus, fonte da criação infinita e incessante; contudo, se o homem não pode criar o fluido da vida, nada se perde da obra de Deus em torno dele, porque todas as substâncias se transformam na evolução para mais alto.

P12 –Em face da exatidão com que se efetuam as combinações naturais da química orgânica, como entender as diversas expressões da natureza em seus primórdios?

R -As expressões diversas da Natureza terrestre, em suas primitivas agregações moleculares, obedeceram ao pensamento divino dos prepostos de Jesus, quando nas manifestações iniciais da vida sobre a crosta do orbe.
Remontando a essas origens profundas, podeis observar, então, o esforço dos Espíritos sábios do plano invisível, na manipulação dos valores da química biológica nos primórdios da vida planetária, estabelecendo a caracterização definitiva dos processos da Natureza na fixação das espécies, prevendo todo mecanismo da evolução no futuro, e entregando o seu trabalho às leis da seleção natural que, sob a égide de Jesus, prosseguiram no aperfeiçoamento da obra terrestre através do tempo.

FILOSOFIA - Aprendizado

P127 –O preceito do “corpo são, mentalidade sadia”, poderá ser observado tão somente pelo hábito dos esportes e labores atléticos?

R -No que se refere ao; “corpo são”, o atletismo tem papel importante e seria de ação das mais edificantes nos problemas da saúde física, se o homem na sua vaidade e egoísmo não houvesse viciado, também, a fonte da ginástica e do esporte, transformando-a em tablado de entronização da violência, do abastardamento moral da mocidade, iludida com a força bruta e enganada pelos imperativos da chamada eugenia ou pelas competições estranhas dos grupos sectários, desviando de suas nobres finalidades um dos grandes
movimentos coletivos em favor da confraternização e da saúde.
Bastará essa observação para compreendermos que a “mentalidade sadia” somente constituirá uma realidade quando houver um perfeito equilíbrio entre
os movimentos do mundo e as conquistas interiores da alma.

P128 –A vida do irracional está revestida igualmente das características missionárias?

R -A vida do animal não é propriamente missão, apresentando, porém, uma finalidade superior que constitui a do seu aperfeiçoamento próprio, através das experiências benfeitoras do trabalho e da aquisição, em longos e pacientes esforços, dos princípios sagrados da inteligência.

RELIGIÃO - Revelação

P270 –Apesar de suas expressões tão humanas, Moisés veio ao mundo como missionário divino?

R -Examinando-se os seus atos enérgicos de homem, há a considerar as características da época em que se verificou a grande tarefa do missionário hebreu, legítimo emissário do plano superior, para entregar ao mundo terrestre a grande e sublime mensagem da primeira revelação.
Com expressões diversas, o grande enviado não poderia dar conta exata de suas preciosas obrigações, em face da Humanidade ignorante e materialista.

P271 –Moises transmitiu ao mundo a lei definitiva?

R -O profeta de Israel deu à Terra as bases da Lei divina e imutável, mas não toda a Lei, integral e definitiva.
Aliás, somos obrigados a reconhecer que os homens receberão sempre as revelações divinas de conformidade com a sua posição evolutiva.
Até agora, a Humanidade da era cristã recebeu a grande Revelação em três aspectos essenciais: Moisés trouxe a missão da Justiça; o Evangelho, a revelação insuperável do Amor, e o Espiritismo em sua feição de Cristianismo redivivo, traz, por sua vez, a sublime tarefa da Verdade. No centro das três revelações encontra-se Jesus-Cristo, como o fundamento de toda a luz e de toda a sabedoria. É que, com Amor, a Lei manifestou-se na Terra no seu esplendor máximo; a Justiça e a Verdade nada mais são que os instrumentos divinos de sua exteriorização, com aquele Cordeiro de Deus, alma da redenção de toda a Humanidade. A justiça, portanto, lhe aplanaram os caminhos, e a Verdade, conseguintemente, esclarece os seus divinos ensinamentos.
Eis por que, com o Espiritismo simbolizando a Terceira Revelação da Lei, o homem terreno se prepara, aguardando as sublimadas realizações do seu futuro espiritual, nos milênios por-vindouros.

Do livro O Consolador - Pelo Espírito Emmanuel - Psicografia de Chico Xavier

terça-feira, 15 de março de 2016

Triângulo de forças espirituais Cap. 5

CIÊNCIA - FILOSOFIA - RELIGIÃO

CIÊNCIA - Química

P9 –A radioatividade opera a destruição ou a evolução da matéria?

R -Através da radioatividade, verifica-se a evolução da matéria. É nesse contínuo desgaste que se observam os processos de transformação das individualizações químicas, convertidas em energia, movimento, eletricidade, luz, na ascensão para novas modalidades evolutivas, em obediência às leis que regem o Universo.

P10 –Onde a fonte de energia para a matéria, de vez que a radioatividade opera incessantemente, trabalhando as suas forças?

R -O Sol é essa fonte vital para todos os núcleos da vida planetária. Todos os seres, como todos os centros em que se processam as forças embrionárias da vida, recebem a renovação constante de suas energias através da chuva incessante dos átomos, que a sede do sistema envia à sua família de mundos, equilibrados na sua atração, dentro do Infinito.

FILOSOFIA - Aprendizado

P123 –Deve o crente criar imposições absolutas para si mesmo, no sentido de alcançar mais depressa a perfeição espiritual?

R -O crente deve esforçar-se o mais possível, mas, de modo algum, deve nutrir a pretensão de atingir a superioridade espiritual completa, de uma só vez,
porquanto a vida humana é aprendizado de lutas purificadoras e, no cadinho do resgate, nem sempre a temperatura pode ser amena, alcançando, por vezes, ao mais alto grau para o desiderato do acrisolamento.
Em todas as circunstâncias, guarde o cristão a prece e a vigilância; prece ativa, que é o trabalho do bem, e vigilância, que é a prudência necessária, de modo a não atrair novos compromissos. E, nesse esforço, a alma estará preparada a estruturar o futuro de si mesma, no caminho eterno do espaço e do tempo, sem o desalento dos tristes e sem a inquietação dos mais afoitos.

P124 -Qual a importância da palavra humana para as conquistas evolutivas do espírito?

R -A palavra é um dom divino, quando acompanhada dos atos que a testemunhem; e é através de seus caracteres falados ou escritos que o homem recebe o patrimônio de experiências sagradas de quantos o antecederam no mecanismo evolutivo das civilizações. É por intermédio de seus poderes que se
transmite, de gerações a gerações, o fogo divino do progresso na escola abençoada da Terra.

RELIGIÃO - Revelação

268 –Os dez mandamentos recebidos por Moisés no Sinai, base de toda justiça até hoje, no mundo, foram alterados pelas seitas religiosas?

R -As seitas religiosas, de todos os tempos, pela influenciação de seus sacerdotes, procuram modificar os textos sagrados; todavia, apesar das alterações transitórias, os dez mandamentos, transmitidos à Terra por intermédio de Moisés, voltam sempre a ressurgir na sua pureza primitiva, como base de todo o direito no mundo, sustentáculo de todos os códigos da justiça terrestre.

269 –Como entender a palavra do Velho Testamento quando nos diz que Deus falou a Moisés no Sinai?

R -Estais atualmente em condições de compreender que Moisés trazia consigo as mais elevadas faculdades mediúnicas, apesar de suas características de legislador humano.
É inconcebível que o grande missionário dos judeus e da Humanidade pudesse ouvir o Espírito de Deus. Estais, porém habilitados a compreender, agora, que a Lei ou a base da Lei, nos dez mandamentos, foi-lhe ditada pelos emissários de Jesus, porquanto todos os movimentos de evolução material e espiritual do orbe se processaram, como até hoje se processam, sob o seu augusto e misericordioso patrocínio.

Do livro O Consolador - Pelo Espírito Emmanuel - Psicografia de Chico Xavier